Refletindo o tema: “Família, Igreja doméstica, caminho para o discipulado”.(tema da CNBB deste ano) Com essas palavras, observamos e analisamos, em primeiro lugar, a missão da família enquanto comunidade do amor de Deus. É no ambiente familiar que cresce o dom da vida, que é o dom maior que Jesus Cristo perpetuou por meio da ressurreição. De fato já no Novo Testamento Deus deu à família esse valente e belo mandato de construir a vida: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn1,28); “Procurai mulher e gerai filhos e filhas, procurai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos para que dêem ao mundo rapazes e moças. Multiplicai-vos em lugar de diminuir” (Jr29,6).
Jesus, Filho do Homem e, portanto, cumpridor da Lei (cf. Mt 5,17), não anulou de modo algum esse mandamento de Deus. Pelo contrário, confirmou expressamente o ensinamento divino do Matrimônio (cf. Mt 19,5) e, por meio da vitória da morte, que consagrou na sua ressurreição, perpetuou aos seus filhos muito amados o mandato da vida e da pregação do Evangelho (cf. Mt 28,19). Ora, existe ambiente melhor para se cumprir esse mandato do que na família? Não é na família que se observa a gênese e a inspiração de toda vida? Não é no ambiente paterno que os homens aprendem os primeiros valores cristãos? Desse modo a família é, como afirma o tema dessa bonita campanha, Igreja doméstica. A catequese cristã começa, antes de qualquer lugar, no ambiente vital do ser humano, que é a família.
A partir dessa convicção, da certeza de que é a família o alicerce da estrutura catequética da humanidade, faz-se necessário refletir se a missão da família enquanto “Igreja” realmente vem sendo cumprida. As respostas são obtidas facilmente. Basta dar uma olhada no que apresenta a sociedade. O que observamos são homens “egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados” (2 Tm 3,2), enfim, homens dominados pelas concupiscências enganadoras. Isso tudo só acontece porque a humanidade não recebe a educação que deveria receber. Os valores de honestidade, amizade e solidariedade que deveriam ser ensinados desde o berço, estão sendo totalmente esquecidos. Estamos sendo – repito – dominados por uma espécie de corrupção que busca laicizar a nossa sociedade.
A família é a primeira a sofrer as conseqüências desse laicismo exacerbado. Através dos meios de comunicação, o demônio, que “anda ao redor de vós como um leão que ruge, buscando a quem devorar” (1 Pd 5,8), promove uma cultura totalmente contrária ao que Jesus Cristo ensina nas Escrituras e pede à Sua Igreja que viva. Ora, se a família é de fato Igreja doméstica, é necessário considerarmos não só a beleza dessa atribuição, mas as responsabilidadesque esta traz. Por isso, é preciso renegar a si mesmo, buscar fazer a vontade de Deus a qualquer custo. E como fará isso se por todos os lados o diabo a ataca como um leão que ruge, pedindo a ela que faça o errado e que cometa o pecado? É preciso que a família confie na misericórdia do Senhor e que busque incessantemente o dom maravilhoso que se esconde por trás da Eucaristia, quando comungamos o Corpo e o Sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Deus quer que seus filhos busquem forças comungando da sua vontade e, de maneira mais concreta – na Eucaristia -, possam esquecer das propostas mundanas que Satanás faz a eles. Ele, que “deseja que todos os homens se salvem” (1 Tm 2,4), quer que a família saboreie e aproveite do “pão vivo que desceu do céu” (Jo 6,51), Jesus Cristo, Aquele a quem Deus confiou a plenitude dos meios da salvação para que pudesse conduzir os homens à verdade e à graça vivificante do Espírito Santo. A família não pode desanimar. Sua missão em meio ao mundo é difícil e exige muito sacrifício. Que a Virgem Santíssima possa auxiliar os pais na educação de seus filhos e que eles possam aprender nessa “escola da fé” a cultivar e semear o amor que Deus deu a cada um de nós. Oremos pela família.
Graça e paz.
http://beinbetter.wordpress.com/2009/08/10/a-familia-igreja-domestica/
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